Vivemos tempos em que o Brasil se encontra em uma encruzilhada moral, social e espiritual. Assim como Plínio Corrêa de Oliveira escreveu em 1932, muitos olham para a situação do país e se limitam a lamentar a decadência de nossas instituições e costumes. Contudo, “nossa função histórica é mais do que a de simples carpideiras, chorando sobre os escombros do Brasil”. Se outrora o perigo imediato era a infiltração comunista, hoje nos deparamos com uma dissolução ainda mais sutil e corrosiva: o relativismo moral e a fragmentação da consciência cristã.
Diante disso, qual deve ser a resposta dos católicos? Não basta apenas identificar o erro e denunciá-lo, é necessário agir. “A Igreja se encontra, presentemente, no Brasil, numa situação excepcionalmente favorável à expansão de seus princípios religiosos e sociais”. Essa afirmação segue verdadeira nos dias de hoje: enquanto o mundo se perde em ideologias passageiras, a doutrina católica se mantém como a única fonte perene de ordem e verdade.
Contudo, para que essa influência seja real, é necessário um catolicismo atuante e disciplinado. “Enquanto os católicos não souberem sacrificar aos seus princípios religiosos algumas de suas opiniões individuais, nada será possível conseguir”. Quantas vezes vemos grupos católicos se perderem em disputas internas e vaidades, ao invés de se unirem pelo bem comum? É urgente que os católicos assumam seu papel com seriedade, colocando os interesses da Igreja acima de opiniões pessoais ou desentendimentos menores.
Hoje, não basta apenas estar presente nas redes sociais ou emitir opiniões. A sociedade exige um catolicismo de ação. “Um poder eleitoral fortíssimo, amparando uma doutrina cujas vantagens sociais e morais só os comunistas podem negar, eis a contribuição salvadora que os católicos têm a obrigação de oferecer ao Brasil”. A batalha política e cultural precisa ser travada com estratégia, coerência e coragem, sem ceder a alianças espúrias ou a concessões que comprometam os princípios inegociáveis da fé.
A Igreja sempre foi e sempre será o bastião contra a destruição moral das nações. Mas ela precisa de católicos conscientes de sua missão e dispostos a agir. “Nada estará perdido, enquanto estiver ilesa a Igreja”. Se queremos salvar o Brasil da decadência e da dissolução, é imprescindível que assumamos, sem reservas, nossa vocação de soldados de Cristo, dispostos a lutar com inteligência, disciplina e fé.
Não seremos “um muro das lamentações”, mas sim uma muralha intransponível contra aqueles que querem destruir a ordem natural e cristã. Esta é a missão dos católicos no Brasil de hoje, e dela depende o futuro da Terra de Santa Cruz.