A Confusão de Conceitos: Marca Permanente do Progressismo

Em 1965, Plinio Corrêa de Oliveira diagnosticava um problema essencial do progressismo: sua insistente confusão de conceitos. “O que caracteriza o progressismo é a confusão de conceitos. Os progressistas bramem por reformas de base e afirmam que são obsoletas as nossas estruturas.” Hoje, essa confusão se intensificou de forma ainda mais radical, alcançando não apenas o campo econômico, mas também os fundamentos mais básicos da realidade humana.

A Propriedade e a Função Social: O Mesmíssimo Ataque, Outras Ferramentas

A propriedade privada e a livre iniciativa continuam sendo alvos prioritários do progressismo. Plinio alertava: “Respondo que, no tocante ao que tem de imutáveis, as nossas estruturas não são obsoletas, pois o que é imutável é sempre jovem.” Ele reconhecia que a propriedade deve ter uma função social, mas advertia contra sua destruição travestida de reforma: “Admito, é certo, a função social da propriedade; mas sob condição de que a função não acabe por eliminar a propriedade. Pois quando a função elimina o órgão, ela chega a um exagero monstruoso”.

Atualmente, esse “exagero monstruoso” toma formas cada vez mais sutis:

  • Impostos confiscatórios e regulamentações sufocantes tornam a propriedade um mero título sem substância.
  • Movimentos que buscam a “desapropriação” de imóveis para habitação popular, ignorando os direitos de seus proprietários.
  • A digitalização do dinheiro e as políticas ESG, que deslocam o poder econômico dos cidadãos para tecnocratas e conglomerados.

Dessa forma, a eliminação da propriedade privada não se dá mais por um decreto, mas por um processo que a torna insustentável na prática.

O Diálogo Como Engodo: A Falta de Respostas do Progressismo

Plinio também denunciava a incoerência dos progressistas ao evitar um verdadeiro debate: “Em lugar de pedir um diálogo – é este por excelência o caso de dialogar – os progressistas apenas me taxam vaga e confusamente de reacionário, sem alegar para isto qualquer argumento.”

Hoje, esse fenômeno se repete de maneira ainda mais histriônica. Ao menor sinal de questionamento, qualquer opinião que contrarie a narrativa dominante é rotulada de “extremista”, “fascista” ou “discurso de ódio”. O debate é substituído pelo cancelamento e pela censura velada nas redes sociais, nas universidades e nas grandes corporações de comunicação.

O Que é Imutável É Sempre Jovem

Por fim, Plinio nos lembra que aquilo que é eterno não se desgasta: “O que é imutável é sempre jovem.” Este princípio é vital em tempos de crise. Diante de um mundo que relativiza tudo e afunda em contradições, a Tradição se ergue como um farol inabalável.

Seja no ataque à propriedade privada, à identidade biológica, à moral cristã ou ao próprio conceito de verdade, o progressismo segue sua marcha, perpetuamente se reinventando em confusão. No entanto, a resposta permanece a mesma: aqueles que estão enraizados no que é eterno jamais serão varridos pela tempestade do erro.

Ou, como Plinio resumiu com clareza lapidar: “Se errei, digam-me em que; e se não errei, por que atacam a posição que assumo?”

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